Entendendo o PIBID

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID)


A Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) participa, desde o Edital Capes/PIBID 2007, da execução de Projetos PIBID. No primeiro Edital, que finalizou em janeiro de 2011, participamos com as quatro licenciaturas das Áreas de Ciências Naturais (Química, Física e Ciências Biológicas) e de Matemática. Estiveram envolvidas quatro das maiores escolas estaduais de Pelotas, quatro coordenadores de área, oito professores supervisores daquelas escolas, 72 alunos bolsistas e professores colaboradores nas diferentes áreas.

O desenvolvimento das atividades deste primeiro projeto foram referenciadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCN+) e estiveram centradas no desenvolvimento de competências básicas para alunos do Ensino Médio e para o professor deste nível de ensino, na contextualização dos currículos e conteúdos escolares e na realização de atividades interdisciplinares.

Assim, realizaram-se monitorias nas escolas (atividades de auxílio extra-escolar para os alunos com dificuldades de aprendizagem e também oportunidade para conhecimento dos problemas de aprendizagem dos alunos), desenvolvimento de atividades de conhecimento da realidade escolar (estudo dos documentos da escola e levantamento sobre a situação das bibliotecas e laboratórios), estudos e seminários, organizados pelos alunos sobre diversas temáticas (por exemplo, PCNs, interdisciplinaridade, aulas de laboratório, etc.). Organizaram-se, ou em alguns casos reorganizaram-se, os laboratórios de biologia,física e química com a compra de materiais para melhorar as condições destes laboratórios. Foram também adquiridos materiais para o ensino de matemática e organizados os laboratórios de ensino nas escolas para sua utilização.

Foram também elaborados, pelos alunos, projetos de ensino disciplinares (Projeto Darwin, uso do laboratório escolar, oficinas de matemática, atividades para os laboratórios de física, etc) e também Projetos de Ensino Interdisciplinares, diferentes em cada uma das escolas participantes (por exemplo, Sexualidade, Tecnologias, Esportes, etc). Estes projetos de ensino, tanto os disciplinares como os interdisciplinares, pela importância que adquiriram no contexto das atividades que desenvolvemos, estão sendo publicadas em dois livros a serem distribuídos nas escolas públicas da cidade de Pelotas, assim como os artigos apresentados em eventos das áreas, que comporão igualmente um livro.

Nas avaliações feitas, percebeu-se o avanço significativo no conhecimento didático pedagógico dos alunos bolsistas, mas pouca inserção na vida escolar, principalmente por que as atividades realizadas não contaram, em sua maioria, com a participação dos professores das escolas.

Por isto, as Áreas de Ciências Naturais e Matemática decidiram dar continuidade nas suas participações no Projeto PIBID, desta vez, ao lado das ações que já se mostraram importantes para os alunos-bolsistas, dar ênfase à participação dos professores das escolas e também no uso didático dos laboratórios reorganizados na primeira etapa.


A Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) também está executando um Projeto PIBID a partir do Edital Capes/PIBID 2009, desta vez com licenciaturas da Área de Ciências Humanas (Licenciaturas em Teatro, História, Ciências Sociais-Sociologia, Filosofia, Letras e Literatura e ainda Pedagogia). Da mesma forma que o Projeto anterior, este também está sendo realizado nas mesmas quatro escolas, exceto o Curso de Pedagogia que realiza suas atividades em duas escolas municipais, atuando em classes de alfabetização.

Existem então seis coordenadores de área, 14 professores-supervisores de escolas e 124 alunos-bolsistas. Assim, os Projetos PIBID da UFPEL atenderam, no ano de 2010, aproximadamente 200 alunos-bolsistas. Neste projeto, assim como no anterior, os referenciais teóricos, o modo de funcionamento, os objetivos a serem alcançados e o tipo de atividades propostas são muito semelhantes ás do primeiro projeto, uma vez que consideramos, como ainda continuamos a considerar o referencial teórico adotado (os PCNS), a dinâmica de funcionamento e as características das atividades como potentes agentes para alcançar os objetivos previstos no Projeto PIBID.


Por estas razões, continuaremos a seguir a mesma linha de atuação nas propostas deste projeto. Assim, a explicitação da natureza e dos objetivos destas atividades não se constituem a repetição de coisas já feitas, mas sim, a confirmação do acerto de nossas propostas para o PIBID comprovada ao longo dos últimos dois anos. 

Esperamos, por isto, que os resultados deste Projeto sejam tão relevantes para alunos, professores e escolas, como o foram os do primeiro projeto e estão sendo os do segundo. Lembramos então que nos referenciamos nos pressupostos didático-metodológicos dos cursos de Licenciatura da UFPEL, derivados das Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica. Estes propõem um perfil desejado de professor como um profissional que tenha adquirido conhecimentos experienciais articulados com uma reflexão sistemática e uma interpretação da sua experiência docente e dos problemas advindos da prática, que são também objetivos propostos para o Programa Interinstitucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), especialmente o fomento à experiências metodológicas e práticas docentes de caráter inovador, uma ação efetiva de valorização da escola pública como espaço de formação e de pesquisa e a participação dos alunos dos cursos de licenciatura em ações e experiências metodológicas visando aproximar estes estudantes da realidade do sistema público de ensino, num exercício de ação-reflexão-ação, objetivo da proposta formativa da UFPEL.

Neste sentido, o foco de nosso planejamento é o aluno, futuro professor da Educação Básica, incentivando-o na realização de atividades que ainda não são habituais em seus cursos de formação, atividades que esperamos possam, na seqüência, elevar a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de Licenciatura da UFPEL.

Dividimos, por estas razões, as atividades propostas em três tipos:

a) AÇÕES GERAIS: ocorrem a partir de temáticas comuns (PCNs, interdisciplinaridade, etc) em forma de estudos teóricos, discussões e elaboração e apresentação de seminários. 

Têm por objetivo, primeiro, sedimentar a unidade do grupo, fazendo com que os alunos percebam que ser professor têm características que independem da área de conhecimento envolvida.

Em segundo lugar, objetiva oportunizar que os alunos-bolsistas interajam uns com os outros, favorecendo posteriormente o desenvolvimento de atividades interdisciplinares, e em terceiro lugar, objetiva oportunizar aos alunos-bolsistas o desenvolvimento da capacidade de leitura e interpretação de textos, preparação e apresentação oral e escrita, de materiais de leitura. Estas atividades contam com a participação também de todos os coordenadores de área e professores-supervisores sendo coordenadas pelo coordenador institucional.

b) AÇÕES INTERDISCIPLINARES: referem-se à atividades/ conteúdos/conhecimentos cuja estruturação necessita dos aportes das diferentes áreas de conhecimento envolvidas. Estas ações/atividades serão planejadas, organizadas, elaboradas executadas e avaliadas por grupos de alunos de todas as áreas de conhecimento atuando em cada uma das escolas e estarão relacionadas a projetos de ensino interdisciplinares. Estes grupos interdisciplinares poderão também estar organizados por área de interesse (por exemplo, pesquisa em educação, atividades com softwares educativos nas escolas, elaboração e organização de material didático, organização e desenvolvimento de oficinas sobre temas específicos, etc.). Contam com a participação efetiva dos professores-supervisores de cada uma das escolas e serão coordenadas pelo coordenador do PIBID naquela escola.

c) AÇÕES ESPECÍFICAS: serão planejadas, elaboradas, executadas e avaliadas pelos alunos, supervisor da escola e coordenador das respectivas áreas de conhecimentos e atenderão às especificidades de cada uma destas áreas e serão definidas nos sub–projetos específicos de cada área de conhecimento. É desejável que os professores-supervisores participem das atividades específicas de sua área, que serão coordenadas pelo coordenador da área.

As áreas de Ciências e Matemática definiram por continuar as atividades do PROJETO PIBID nas quatro escolas da cidade de Pelotas-RS onde estas já estavam sendo realizadas, respectivamente, o Instituto Educacional Assis Brasil; Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora de Lourdes, Escola Técnica Estadual Professora Sylvia Mello; e Colégio Estadual de 1º e 2º Graus Dom João Braga.

Já as Licenciaturas de Geografia, Artes Visuais, Música e Dança resolveram, para não sobrecarregar demais as escolas onde o PIBID já se faz presente, realizar suas atividades em três outras escolas da rede pública estadual. São o Colégio Estadual de Ensino Médio Monsenhor Queiróz, a Escola Estadual de Ensino Médio Areal e a Escola Estadual de 1ºGrau Santa Rita e atuar ainda no Instituto Educacional Assis Brasil, que tem condições de receber os alunos destas licenciaturas, além dos alunos dos outros projetos.A execução das atividades estará a cargo de um coordenador geral, indicado pelo Reitor da UFPEL e referendado pela Pró-Reitora de Graduação, a quem o Projeto PIBID se subordina a nível institucional. Por sua vez, os coordenadores das áreas de conhecimento são professores dos respectivos cursos de licenciatura da UFPEL e indicados pelos colegiados de seus cursos. Suas funções, junto com as do coordenador institucional, estão definidas no Edital. Contarão ainda com 16 professores-supervisores e 123 alunos bolsistas.

Ações Previstas:

Seleção dos supervisores nas escolas e dos bolsistas de cada área de conhecimentos: A seleção dos alunos-bolsistas e dos professores-supervisores das escolas será feita de acordo com os critérios de seleção estabelecidos e ocorrerá a partir da divulgação de um edital nos respectivos cursos e escolas participantes.

AIG – Atividades Integradas Gerais;

AIG 1 – Estudo de textos básicos para a construção de um referencial teórico, de materiais didáticos e de pesquisa sobre Ensino, além de estudos sobre os PCNs e preparação e realização de seminários. 

As atividades de estudo de referenciais teóricos, de textos sobre ensino e a preparação de seminários configuram-se no conjunto de atividades mais importantes no primeiro semestre de funcionamento, embora estas continuem ocorrendo durante todo o desenvolvimento do projeto, porém com menor intensidade. Estes encontros, no primeiro semestre de funcionamento, serão semanais ocorrendo pelo período de 6 horas e poderão ser de todo o grupo de alunos-bolsistas, supervisores, coordenadores das áreas de conhecimento e coordenador geral, como também poderão ocorrer por área de conhecimentos ou por escola, sempre se adequando às necessidades do Projeto. Dentre as atividades previstas estão a preparação de seminários para discussão de todos os tópicos considerados como referências importantes para a estruturação, o desenvolvimento e a avaliação do Projeto; 


AIG 2 - Estudos individuais sobre as temáticas do projeto. A organização dos seminários, destinados à todos os segmentos envolvidos com o desenvolvimento do projeto (cursos de licenciatura, escolas, 5ª CRE) tem por objetivo sistematizar e divulgar os conhecimentos produzidos no período de aplicação do Projeto possibilitando também que os alunos-bolsistas vivenciem esta experiência, tanto do ponto de vista organizacional como também do ponto de vista da produção de material sobre esta temática;

AIG 3 - Catalogação e registro de atividades, materiais e de dados coletados e elaboração de textos e/ou artigos sobre o projeto e seu desenvolvimento. Os objetivos básicos destas atividades são dois: primeiro, oportunizar, principalmente aos alunos-bolsistas, o registro, a sistematização, a categorização e a análise dos conhecimentos produzidos pelos participantes do Projeto e, em segundo lugar, publicar estes materiais e os resultados dos seminários e das discussões que ocorreram neste período (livros, CD-ROM, página de internet, etc.). A produção deste material possibilitará também aos alunos-bolsistas, professores-supervisores e professores-coordenadores, a apresentação de trabalhos em congressos da área e também nos congressos de iniciação científica das universidades.
AGI – GRUPOS INTERDISCIPLINARES EM CADA ESCOLA

A organização dos grupos de bolsistas em cada escola tem por objetivo facilitar a dinâmica inicial de funcionamento do projeto, onde todos os grupos realizarão as mesmas atividades, mas em escolas diferentes, possibilitando o contato com uma realidade específica e a socialização destes conhecimentos para os demais grupos e alunos-bolsistas.


Neste sentido, nas escolas recém ingressadas no PIBID e também para os alunos-bolsistas dos cursos de licenciatura que iniciam sua participação, serão realizadas, inicialmente, as seguintes atividades:

AGI1 – Identificação da realidade das escolas participantes e de suas respectivas comunidades escolares (estudos dos documentos oficiais das escolas, tais como regimentos escolares, planos político-pedagógicos, além da coleta de outros dados importantes sobre a escola, tais como estrutura administrativa, recursos físicos, número de alunos matriculados, sua procedência e características, número de professores e funcionários, recursos pedagógicos, etc.

Em todas as escolas e com todos os alunos-bolsistas:

ATIVIDADES INTEGRADAS PARCIAIS 

AIP 1 - Realização de seminários de formação teórica em pesquisa em educação; elaboração e desenvolvimento de projetos de pesquisa, análise dos resultados e sua divulgação. 

AIP 2 - Elaboração de material instrucional de apoio e planejamento de atividades didático-metodológicas para o desenvolvimento das temáticas escolhidas e que tenham como fundamentação os PCNs. 


AIP 3 - Desenvolvimento de materiais de apoio para o ensino nas áreas do Projeto (impressos, multimídia, objetos concretos, materiais da internet, laboratórios, etc), além da instrumentação de bolsistas e professores das escolas no uso didático dois materiais de apoio. 

AIP 4 - Instrumentação dos alunos das escolas e dos alunos-bolsistas no planejamento e no desenvolvimento de pequenos projetos de investigação Desenvolvimento de temáticas interdisciplinares; seleção dos softwares a serem utilizados; Planejamento de atividades para o uso didático dos softwares e que tenham como fundamentação os PCNs. 

Resultados Pretendidos 

AIG 1 - Construir referenciais teóricos sobre os ensinos de ciências e de matemática e relacioná-los com os objetivos do Projeto; Conhecer como os conteúdos envolvidos nas atividades estão apresentados e distribuídos nos livros didáticos; Organizar e apresentar, nas formas oral e escrita, os resultados da revisão bibliográfica; Conhecer a natureza dos PCNs e a proposta curricular que se defende neste contexto; Estruturas os objetivos curriculares relacionados com esta proposta. 

AIG 2 - Sistematizar e divulgar os resultados coletados, as atividades realizadas e os conhecimentos construídos durante o desenvolvimento do projeto.

AIG 3 - Publicar informes, livros e outros materiais de divulgação, além de trabalhos para participação em congressos na área. Oportunizar momentos para que os alunos se apropriem de referenciais teóricos e de materiais que serão utilizados na elaboração e no desenvolvimento das atividades do projeto.

AIP 1 - Aprender a planejar, e a desenvolver projetos de pesquisa na realidade escolar, dentro dos pressupostos de um professor-pesquisador, além de analisar e comunicar seus resultados; Apresentar trabalhos em eventos científicos e organizá-los para eventual publicação.

AIP 2 - Construir conhecimentos e habilidades requeridas para o desenvolvimento didático-metodológico de temas interdisciplinares, no caso. Elaborar materiais instrucionais e relatos sobre as atividades desenvolvidas.

AIP 3 - Elaborar, em conjunto com os professores- supervisores e professores-coordenadores, materiais instrucionais interdisciplinares (livros, material eletrônico, etc) para uso em salas de aula do Ensino Médio.

AIP 4 - Construir conhecimentos e habilidades para o uso de materiais multimídia, especialmente softwares, nos ensinos de Ciências e de Matemática e desenvolver atividades para alunos e professores das escolas participantes. Sistematizar, por escrito, as experiências e as aprendizagens ocorridas durante o desenvolvimento das atividades e socializar estes resultados.

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